Trabalhar em banco muitas vezes significa lidar com metas, cobrança por performance e pressão constante por resultados. Até aí, faz parte do jogo. Mas quando essa cobrança ultrapassa o limite do razoável, expõe o funcionário a constrangimentos e impacta sua saúde mental, o que era “pressão” passa a ser assédio moral — e isso pode virar caso de justiça.
Infelizmente, esse cenário é mais comum do que se imagina. Muitos bancários convivem com metas inatingíveis, humilhações públicas, ameaças disfarçadas e uma rotina de trabalho que ultrapassa o expediente. Se você vive algo parecido, este conteúdo é pra você.
Como funciona a cobrança de metas nos bancos?
A maior parte dos bancos — principalmente os de perfil digital ou com forte foco comercial — impõe metas agressivas aos seus colaboradores. Estamos falando de indicadores como:
- Número de aberturas de contas
- Vendas de seguros, empréstimos ou consórcios
- Adesão a produtos que o cliente não pediu
- Metas diárias, semanais e mensais que se acumulam
Essas metas normalmente vêm do alto para baixo, com pouca ou nenhuma flexibilidade, e muitas vezes desconsideram o perfil da agência ou da carteira de clientes. A cobrança vira regra — e a ameaça de troca de função, corte de comissões ou até demissão vira pano de fundo para o dia a dia.
Quando a cobrança ultrapassa o limite e vira abuso?
O problema não está em ter metas. O problema está em como elas são cobradas. Quando o banco adota uma postura de humilhação, exposição ou pressão psicológica, estamos diante de um cenário de abuso.
Alguns exemplos comuns:
- Cobrança de metas fora do horário de trabalho (por WhatsApp, ligação, e-mail)
- Reuniões em grupo com exposição pública dos piores resultados
- Ameaças veladas de demissão ou “rebaixamento”
- Imposição de metas inatingíveis
- Críticas frequentes ao desempenho com comentários ofensivos ou humilhantes
Tudo isso, quando repetido com frequência, pode caracterizar assédio moral organizacional, que ocorre quando a empresa estimula ou permite práticas abusivas como parte da cultura de gestão.
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Isso é assédio moral? E como comprovar?
Se essas metas e cobranças te colocam em situação de constrangimento, causam medo, ansiedade ou crises emocionais, sim, isso pode ser considerado assédio moral.
Assédio moral no trabalho é caracterizado por condutas abusivas repetitivas que expõem o trabalhador a situações humilhantes, ofensivas ou que gerem sofrimento psicológico. No caso dos bancos, isso costuma estar atrelado à cultura de metas e ao modo como elas são cobradas.
Você pode comprovar isso com:
- Prints de mensagens ou e-mails com cobranças abusivas
- Testemunhas (colegas de equipe ou de agência)
- Laudos médicos ou psicológicos que comprovem danos à saúde mental
- Relatos consistentes e documentados ao longo do tempo
Cabe ação judicial? O que posso pedir?
Sim, em casos de metas abusivas e assédio moral, é possível mover uma ação trabalhista e buscar reparação pelos danos causados. Os pedidos mais comuns incluem:
- Indenização por danos morais
- Reconhecimento de rescisão indireta, caso o trabalhador deseje sair do banco
- Reconhecimento de nexo entre o trabalho e o adoecimento psíquico, com afastamento ou estabilidade
Além disso, o advogado pode avaliar possíveis pedidos complementares, como o pagamento de horas extras trabalhadas para bater meta, revisão de comissões ou até reintegração em casos de demissão com indícios de retaliação.
FAQ – Dúvidas comuns sobre metas abusivas e assédio
Trabalho em banco e sou exposto publicamente por não bater meta. Isso é assédio moral?
Sim, expor funcionários em reuniões ou rankings como forma de constrangimento pode ser entendido como prática de assédio moral organizacional.
Sou obrigado a trabalhar depois do expediente para fechar vendas. Isso é legal?
Não. Exigir trabalho fora do expediente sem o devido pagamento configura abuso — e pode ser somado ao pedido de horas extras.
Já tive crises de ansiedade por causa das cobranças. Posso pedir indenização?
Sim. Se houver nexo entre o ambiente de trabalho e os sintomas, você pode buscar indenização por dano moral e até afastamento com estabilidade.
Tenho prints do meu gerente me cobrando metas de forma agressiva. Isso ajuda como prova?
Com certeza. Prints, áudios, e-mails e outros registros podem ser fundamentais para comprovar o assédio.
Se eu pedir demissão, ainda posso entrar com ação?
Sim. Mesmo que tenha pedido demissão, você pode buscar seus direitos na Justiça, inclusive pedindo reconhecimento da rescisão indireta.
Está sendo pressionado além do limite? Fale com a gente.
Metas fazem parte da vida bancária, mas elas não podem destruir a saúde mental de ninguém. Cobrança não pode virar humilhação. Pressão não pode virar adoecimento.
Se você sente que está vivendo uma rotina abusiva no banco, fale com a equipe da KSC Advogados. Já atuamos em diversos casos envolvendo metas desumanas e assédio moral. Seu relato será acolhido com sigilo e respeito. Conte seu caso sem compromisso.